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Prêmio  A.P.C.A 2013 - Associação Paulista de Críticos de Arte.

A simplicidade que emociona

29 JUN 2016
29 de Junho de 2016
Não faz muito tempo, depois de passar o dia inteiro brincando com meu netinho que vai completar quatro anos,  ao cair da noite,  me dei conta que todos aqueles brinquedos e mais os dvd’s que havíamos assistido, nada fazia parte da infância que tive. Fiquei pensando a respeito da troca de experiências entre gerações, e de como isto é importante.
Resolvi deitar com ele no chão do terraço, pois a noite desabrochava num exagero de estrelas, como dizem os seresteiros, e para minha surpresa ficamos por cerca de quarenta minutos (uma eternidade no seu tempo) conversando livremente, imaginando histórias, simplesmente olhando para o céu numa comunhão linda, eu, ele e as viagens que fazíamos a “bordo” de foguetes, cometas, visitando ” mundos distantes”.
Algumas semanas se passaram deste fato, e até hoje ele repete histórias que inventamos naqueles momentos, prova de que fez bem para o exercício de sua criatividade, e que me ouviu com uma atenção nunca antes dispensada, além da parceria e cumplicidade estabelecida entre nós.
Traçando um paralelo com Conservatória, ajuda a entender como a serenata continua emocionando as pessoas de todas as gerações. Para os mais vividos, recordações de passagens da vida que cada uma daquelas canções representa, para os ainda jovens, uma emoção diferente e apaixonante que desperta a sensibilidade de cada um. Sentir prazer em coisas simples é para poucos.
Talvez no futuro, meu neto não se lembre de quem o ensinou a mexer no computador, mas por certo lembrará de quem o ensinou a olhar para o céu e a contemplar as estrelas
  Roberto Velasque
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